quarta-feira, 15 de junho de 2011

Quão verde as empresas realmente são?

Por: Fabrício Ribeiro

Está na moda dizer que é sustentável, que é verde. É "bonito" dizer isso, afirmar que a empresa pratica ações sustentáveis como utilizar papel reciclado e estimular o uso de canecas e squeezes ao invés de copos descartáveis e outras ações banais, como se fossem suficientes.
Os recentes desastres naturais, muitos impulsionados por consequência das ações do homem, fez com que muitas empresas começassem a perceber seu grau de responsabilidade, e se viram na posição de  atuarem ativamente como instituições que visam não só o lucro, mas um lucro sustentável que agrida menos ou não agrida ao meio ambiente.
Produtos “ambientalmente corretos” têm ganhado cada vez mais espaço nas prateleiras e na mídia, e empresas que comprovadamente conseguem se tornar sustentáveis em todos seus processos desde a extração da matéria prima, processo produtivo, distribuição, armazenagem e descarte de resíduos, de forma correta, tem se destacado cada vez mais no mercado e  conseguido obter lucros maiores com a redução de custos produtivos e a preferência dos consumidores.
Empresas que já se atentaram para este diferencial da sustentabilidade, conseguem criar um forte argumento de venda, e conquistar consumidores conscientes e exigentes, que são formadores de opinião e que ajudam a definir o futuro do mercado de consumo.
É ai que a situação começa a ficar perigosa, porque algumas empresas que não praticam atos de responsabilidade socioambiental, percebem que este argumento vende e é necessário, e começam a disseminar informações equivocadas sobre suas reais ações voltadas para o meio ambiente, utilizando assim do marketing ambiental de forma negativa.

O conceito de Marketing Ambiental surgiu nos anos 70 nos Estados Unidos quando a American Marketing Association (AMA) realizou o primeiro evento para discutir os impactos ambientais gerados pelas ações de marketing, mas só agora esta “ferramenta” do marketing começa a ser mais disseminada no Brasil.
No dia 07 de junho de 2011, o CONAR “finalmente” atualizou suas regras sobre o uso dos termos “sustentabilidade” e “gestão ambiental” nas propagandas das empresas. Estes termos estavam sendo banalizados pelas empresas e as campanhas publicitárias estavam se tornando um festival de greenwashing.

Greenwashing ou "branqueamento ecológico", se trata de um termo utilizado para definir um procedimento contrário à realidade, quando uma empresa fala e vende que é sustentável e que aplica ações de gestão ambiental, mas na prática isso não acontece, ou seja, é dar uma falsa impressão de empresa ambientalmente correta.
Quando uma empresa vende que aplica a sustentabilidade, mas na verdade não aplica, ela deixa de usufruir de alguns benefícios da administração com consciência ecológica que são:

·               Maior sobrevivência humana
·               Consenso público
·               Oportunidade de mercado
·               Redução de riscos
·               Redução de custos
·               Integridade pessoal

Portanto, antes de confiar plenamente em tudo que as empresas dizem sobre serem ambientalmente corretas e antes de optar por uma marca que se diz sustentável, pesquise mais e descubra quais são de fato as ações que ela realiza em prol da preservação do meio ambiente e veja se são argumentos coerentes.

Para exemplificar melhor este texto, estou citando abaixo um exemplo de greenwashing e um exemplo de empresa sustentável que é o banco holândes que pratica ações sustentáveis, e apesar de não ser um perfeito exemplo de “100% ecologicamente correto” com certeza já está no caminho certo.
Bombril Eco
O aço vem do minério de ferro que é extraído muitas vezes de forma irregular e sem um correto processo de reflorestamento. A embalagem é de plástico, portanto não há nada ecológico, como foi divulgado.

Triodos Bank

Banco holandes sustentável que estimula a sociedade a praticar ações ecológicas: http://www.triodos.com/en/about-triodos-bank/
O Triodos é um banco que só apoia projetos sustentáveis, ou seja, só faz empréstimos a empresas que comprovam que vão aplicar o recurso em ações ambientalmente corretas que beneficiem pessoas e o meio ambiente.

Um comentário:

  1. Muito interessante a Matéria "Quão verde as empresas realmente são? ".

    Na realidade acredito que a maioria das empresas não se importam com o Meio Ambiente ou Alternativas Sustentáveis, elas só adotam algumas ações por 2 Motivos:

    O Primeiro é tentar associar na cabeça do consumidor a sua marca como uma empresa preocupada, com boas práticas.

    A Segunda é que apesar da falta de legislação atual, gestores e acionistas já esperam uma mudança no quadro por parte do governo e então se antecipam nas adequações.

    Então Dificilmente para as empresas a adoção de práticas sustentáveis seja lucrativa, muito pelo contrário, quase não existe incentivo por parte do governo.

    "As aparências enganam."

    um Abraço,
    Raphael Pessoa

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